
Como tudo começou...
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O povoamento da Vigorelli, em Joinville, teve início de forma espontânea a partir dos anos 1970, impulsionado por famílias que buscavam um estilo de vida mais simples, longe da rotina das indústrias, em contato com a natureza — motivadas principalmente pela economia da pesca.
A família de seu Nito e dona Norma foi a primeira a se instalar na região, às margens da Baía Babitonga. Na época, viviam no bairro Cubatão, onde mantinham uma chácara e um pequeno comércio. No entanto, a prática comum da venda fiada e os prejuízos frequentes nas plantações e na criação de animais — por enchentes ou safras fracas — tornavam a vida no campo cada vez mais difícil. Por necessidade, seu Nito passou a pescar nos fins de semana na região da Vigorelli. Com uma caminhonete e toda a família, levava bebidas e milho cozido para vender aos pescadores. A demanda era tão grande que chegaram a vender até mil espigas em um único fim de semana.
Ao perceber que a pesca e o comércio local geravam um retorno mais significativo, decidiram vender a chácara e se mudar de vez para a Vigorelli, construindo um barracão e encarando a rotina sem água, sem luz, enfrentando muitos desafios — mas sustentados pela força da necessidade e pela paixão pelo lugar.
Com o tempo, a Vigorelli foi se estruturando aos poucos. Outros moradores chegaram e novos comércios surgiram, geralmente com a mesma dinâmica: os homens pescavam, e a família toda trabalhava nas Petisqueiras, vendendo peixe fresco aos visitantes.
Em 1984, Moacir — pai de Marcelo, do atual Restaurante Bela Vista — construiu uma das primeiras casas da comunidade. Marcelo cresceu pescando e brincando na região. Em 1992, Maristela, que já frequentava a Vigorelli como lazer, comprou um antigo bar à beira-mar, onde fundou o que hoje é a Petisqueira Estrela do Mar.
Em 1994, Monica — filha de seu Nito e dona Norma — casou-se com Mauro, e juntos, incentivados pelos pais dela, assumiram um papel ativo na comunidade. Em 2004, Mauro foi chamado para participar de uma reunião política representando os interesses da Vigorelli e, a partir de então, passou a atuar como representante da comunidade, fortalecendo os laços locais e ajudando a articular melhorias para a região.
Em 2001, Paddock — que já tinha um bar no centro de Joinville — conheceu a região, viu um bar à venda, se apaixonou pelo lugar e logo fez negócio, criando a Paddock’s Petisqueira.
A chegada da água encanada, no início dos anos 2000, foi um divisor de águas para a comunidade. Com ela, mais famílias passaram a morar de forma definitiva na região, que então contava com cerca de 17 casas. Entre 2003 e 2009, houve um grande crescimento populacional, com novos moradores atraídos pela beleza natural da resgião, pelo estilo de vida à beira-mar e pelos terrenos ainda acessíveis.
Em 2011, Mateus, criado na Baía Babitonga e morador da região da Ponta da Cruz, fixou residência com o pai na Vigorelli, que fundou o restaurante Toca do Siri.
Em 2022, teve início o processo de regularização da área: a estrada de acesso foi pavimentada, ciclovias e iluminação pública foram implantadas e, finalmente, em fevereiro de 2024, a energia elétrica chegou. Essas melhorias mudaram profundamente o dia a dia da comunidade, impulsionando o turismo e fortalecendo ainda mais os laços locais.
Em 2025, o tradicional Nito’s Bar fechou, dando lugar ao restaurante O Guará — nascido no centro de Joinville, mas que, até pelo nome, encontrou na Vigorelli sua verdadeira identidade, inspirando-se na natureza vibrante e no modo de vida local.
No mesmo ano, Manu, neta de seu Nito e dona Norma, abriu a Sorveteria O Marujo, batizada em homenagem às brincadeiras das crianças na barca do parquinho da praia, onde ecoam gritos de “Terra à vista!”, “Piratas!” e “Marujos!”.
A praia da Vigorelli, desde os anos 70, sempre foi muito frequentada, principalmente aos finais de semana. Moradores de Joinville e outras regiões vinham de ônibus pela manhã e passavam o dia fazendo piqueniques, pescando e tomando banho de mar.
O senso de comunidade na Vigorelli nasceu do trabalho e da necessidade. Desde os primeiros moradores, os vínculos se formaram na prática da sobrevivência: pescando, cozinhando, construindo e vendendo — sempre com esforço coletivo e apoio mútuo.
A maioria trabalhava de segunda a segunda, sem muito tempo para lazer, mas viver e trabalhar à beira da Baía Babitonga fazia tudo valer a pena. Em meio às limitações, o convívio próximo, a solidariedade entre vizinhos e trabalhar em família ajudou a construir parte da identidade local.
Hoje, a Vigorelli conta com cerca de 114 casas e 500 moradores — um vilarejo simples, mas garra, pertencimento e paisagens que transformam o esforço diário em um modo de vida cheio de sentido.
O povoamento da Vigorelli, em Joinville, teve início de forma espontânea a partir dos anos 1970, impulsionado por famílias que buscavam um estilo de vida mais simples, longe da rotina das indústrias, em contato com a natureza — motivadas principalmente pela economia da pesca.
A família de seu Nito e dona Norma foi a primeira a se instalar na região, às margens da Baía Babitonga. Na época, viviam no bairro Cubatão, onde mantinham uma chácara e um pequeno comércio. No entanto, a prática comum da venda fiada e os prejuízos frequentes nas plantações e na criação de animais — por enchentes ou safras fracas — tornavam a vida no campo cada vez mais difícil. Por necessidade, seu Nito passou a pescar nos fins de semana na região da Vigorelli. Com uma caminhonete e toda a família, levava bebidas e milho cozido para vender aos pescadores. A demanda era tão grande que chegaram a vender até mil espigas em um único fim de semana.
Ao perceber que a pesca e o comércio local geravam um retorno mais significativo, decidiram vender a chácara e se mudar de vez para a Vigorelli, construindo um barracão e encarando a rotina sem água, sem luz, enfrentando muitos desafios — mas sustentados pela força da necessidade e pela paixão pelo lugar.
Com o tempo, a Vigorelli foi se estruturando aos poucos. Outros moradores chegaram e novos comércios surgiram, geralmente com a mesma dinâmica: os homens pescavam, e a família toda trabalhava nas Petisqueiras, vendendo peixe fresco aos visitantes.
Em 1984, Moacir — pai de Marcelo, do atual Restaurante Bela Vista — construiu uma das primeiras casas da comunidade. Marcelo cresceu pescando e brincando na região. Em 1992, Maristela, que já frequentava a Vigorelli como lazer, comprou um antigo bar à beira-mar, onde fundou o que hoje é a Petisqueira Estrela do Mar.
Em 1994, Monica — filha de seu Nito e dona Norma — casou-se com Mauro, e juntos, incentivados pelos pais dela, assumiram um papel ativo na comunidade. Em 2004, Mauro foi chamado para participar de uma reunião política representando os interesses da Vigorelli e, a partir de então, passou a atuar como representante da comunidade, fortalecendo os laços locais e ajudando a articular melhorias para a região.
Em 2001, Paddock — que já tinha um bar no centro de Joinville — conheceu a região, viu um bar à venda, se apaixonou pelo lugar e logo fez negócio, criando a Paddock’s Petisqueira.
A chegada da água encanada, no início dos anos 2000, foi um divisor de águas para a comunidade. Com ela, mais famílias passaram a morar de forma definitiva na região, que então contava com cerca de 17 casas. Entre 2003 e 2009, houve um grande crescimento populacional, com novos moradores atraídos pela beleza natural da resgião, pelo estilo de vida à beira-mar e pelos terrenos ainda acessíveis.
Em 2011, Mateus, criado na Baía Babitonga e morador da região da Ponta da Cruz, fixou residência com o pai na Vigorelli, que fundou o restaurante Toca do Siri.
Em 2022, teve início o processo de regularização da área: a estrada de acesso foi pavimentada, ciclovias e iluminação pública foram implantadas e, finalmente, em fevereiro de 2024, a energia elétrica chegou. Essas melhorias mudaram profundamente o dia a dia da comunidade, impulsionando o turismo e fortalecendo ainda mais os laços locais.
Em 2025, o tradicional Nito’s Bar fechou, dando lugar ao restaurante O Guará — nascido no centro de Joinville, mas que, até pelo nome, encontrou na Vigorelli sua verdadeira identidade, inspirando-se na natureza vibrante e no modo de vida local.
No mesmo ano, Manu, neta de seu Nito e dona Norma, abriu a Sorveteria O Marujo, batizada em homenagem às brincadeiras das crianças na barca do parquinho da praia, onde ecoam gritos de “Terra à vista!”, “Piratas!” e “Marujos!”.
A praia da Vigorelli, desde os anos 70, sempre foi muito frequentada, principalmente aos finais de semana. Moradores de Joinville e outras regiões vinham de ônibus pela manhã e passavam o dia fazendo piqueniques, pescando e tomando banho de mar.
O senso de comunidade na Vigorelli nasceu do trabalho e da necessidade. Desde os primeiros moradores, os vínculos se formaram na prática da sobrevivência: pescando, cozinhando, construindo e vendendo — sempre com esforço coletivo e apoio mútuo.
A maioria trabalhava de segunda a segunda, sem muito tempo para lazer, mas viver e trabalhar à beira da Baía Babitonga fazia tudo valer a pena. Em meio às limitações, o convívio próximo, a solidariedade entre vizinhos e trabalhar em família ajudou a construir parte da identidade local.
Hoje, a Vigorelli conta com cerca de 114 casas e 500 moradores — um vilarejo simples, mas garra, pertencimento e paisagens que transformam o esforço diário em um modo de vida cheio de sentido.